Relé de Segurança NR12: O que é, como funciona?

Entendendo o papel do relé de segurança

Qual a função do relé de segurança? Dentro de uma máquina industrial, existem sistemas que ligam, controlam e monitoram suas funções. Mas há um circuito que tem prioridade sobre todos os outros: o circuito de segurança.
E o componente central desse circuito é o relé de segurança, que embora seja o mais famoso, não é o único, temos também o clp de segurança.

Ele é o responsável por garantir que a máquina pare quando for preciso, mesmo que exista falha em sensores, fios ou comandos, um exemplo é o intervalo de acionamento entre os canais do botão de emergência. Caso o intervalo seja alto ele deve entrar em estado de falha, mesmo que venha a ser acionado depois.
O relé de segurança é projeto para pegar essas falhas incluindo as falhas dos próprios componentes, assim chegando na categoria necessária calculada no laudo de nr12.

O que a NR12 exige sobre sistemas de comando e segurança

A NR-12 é muito clara quando trata dos sistemas de comando e segurança das máquinas, nos itens 12.4.14 e 12.5.2, a norma exige que esses sistemas sejam projetados de forma a impedir o acionamento inesperado, garantir a parada segura e monitorar automaticamente falhas que possam colocar o trabalhador em risco, mesmo que seja acidental, se não tiver a intenção de trabalhar o equipamento não vai trabalhar de forma alguma.

Item 12.4.14 – NR-12:
“Quando indicada pela apreciação de riscos, a necessidade de redundância e de monitoramento nos dispositivos de partida e de parada deve ser atendida com estrutura redundante, monitoramento de falhas e dimensionamento conforme normas técnicas aplicáveis.”

Isso significa que não basta instalar um botão de emergência, o sistema precisa ter capacidade de diagnóstico e redundância ou seja, precisa ser capaz de detectar e reagir a uma falha antes que ela gere um acidente.

É por isso que o relé de segurança é indispensável: ele é o componente responsável por cumprir exatamente o que a norma exige, garantindo a redundância e o monitoramento das falhas elétricas que poderiam comprometer a segurança do operador, mesmo que pareça muita coisa isso faz parte do circuito interno do relé de segurança, basta que escolha e ligue ele da maneira correta.

Item 12.5.2 – NR-12:
“Os sistemas de segurança devem ter categoria de segurança conforme a apreciação de riscos, possuir vigilância automática (monitoramento) e redundância adequada à categoria de segurança requerida.”

Na prática, o relé de segurança faz o que a norma determina, então cabe a nós escolhermos o relé de segurança correto validado e com a categoria de segurança correta, como disse acima ele faz trabalho , ele monitora continuamente sensores, botões e chaves de segurança, interrompendo imediatamente a operação da máquina ao detectar qualquer anomalia no circuito.

A NR-12 reforça ainda, no item 12.5.16, que:

“Os dispositivos e sistemas de segurança não são opcionais.”

Portanto, não é uma escolha instalar o relé de segurança é uma exigência técnica e legal, sem ele, o sistema de parada não é considerado seguro e a máquina deixa de atender aos requisitos mínimos da NR-12.

O que é um relé de segurança e por que ele é diferente de um relé comum

O relé de segurança é um módulo projetado para monitorar dispositivos de proteção, como:

• Botões de emergência,
• Chaves de porta e intertravamento,
• Cortinas de luz,
• Comandos bimanual,
• Sensores de barreira e tapetes de segurança.

Ele faz verificações constantes. Se algum contato estiver travado, rompido ou fora de sincronia, o relé identifica a falha e bloqueia o funcionamento da máquina. Um relé comum não faz isso ele apenas liga e desliga circuitos.

Como o relé de segurança funciona na prática

1. Recebe os sinais dos dispositivos de segurança (botão de emergência, cortina, chave de porta).
2. Verifica se há falhas nos contatos ou nos fios (curto, rompimento, soldagem).
3. Autoriza a partida apenas se tudo estiver funcionando corretamente.
4. Interrompe a energia imediatamente se detectar qualquer falha.

Esse processo é o que garante a chamada “parada segura” (Safe Stop) — uma das funções fundamentais de qualquer sistema de segurança industrial.

De acordo com o item 12.5.1 da NR-12,

“As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e dispositivos de segurança interligados, que resguardem proteção à saúde e à integridade física dos trabalhadores.”

Esses dispositivos de segurança interligados incluem sensores, chaves de intertravamento e relés de segurança, que formam o circuito responsável por garantir a parada segura da máquina quando detectada qualquer situação de risco.

Além disso, os itens 12.4.14 e 12.5.2 complementam essa exigência ao determinar que esses sistemas devem possuir redundância, monitoramento de falhas e categoria de segurança compatível com o risco identificado.

É com base nessas determinações que normas técnicas, como a ISO 13849-1, são aplicadas como referência para definir o nível de desempenho (Performance Level – PL) e o grau de confiabilidade exigido do circuito.
As categorias 3 e 4 da ISO 13849-1 descrevem justamente os sistemas com redundância e diagnóstico de falhas contínuo — princípios que são atendidos pelo uso do relé de segurança.

Exemplo prático: o caso da prensa hidráulica

Para entender a função do relé de segurança, nós podemos imaginar uma prensa hidráulica equipada com comando bimanual, porta de acesso lateral com chave de intertravamento e cortina de luz na área frontal, assim tendo praticamente todos os pontos de risco em segurança.

Nesse cenário, o operador precisa pressionar simultaneamente os dois botões de comando para iniciar o ciclo.
O relé de segurança entra em ação monitorando todo o circuito. Ele verifica:

• se os dois sinais de acionamento chegaram no mesmo instante,
• se a porta de segurança está fechada e travada,
• e se a cortina de luz está ativa e sem obstrução.

Somente quando todas essas condições estão atendidas, o relé libera o sinal de partida da prensa.
Se, durante o processo, a cortina for interrompida ou a porta for aberta, o relé corta o circuito de energia instantaneamente, garantindo a parada segura da máquina.

Esse comportamento cumpre o que a NR-12 determina em seus itens 12.5.1, 12.4.14 e 12.5.2, que exigem:

“Sistemas de segurança interligados às zonas de perigo, projetados com redundância e monitoramento, de modo a impedir o acionamento inesperado e assegurar a parada segura das máquinas.”

A combinação entre o comando bimanual, a porta intertravada, a cortina de luz e o relé de segurança forma o que chamamos de sistema de segurança ativo, então temos um conjunto de dispositivos que trabalham de forma integrada para eliminar riscos de esmagamento, aprisionamento e corte, exatamente como a NR-12 exige.

Tipos mais comuns de relé de segurança

1. Relé de parada de emergência – para botões e chaves de emergência.
2. Relé bimanual – usado em prensas e equipamentos com risco de esmagamento.
3. Relé de cortina de luz – integra sensores ópticos.
4. Relé de porta intertravada – bloqueia operação com porta aberta.
5. Relé configurável (multifuncional) – permite várias funções em um único módulo.

Cada tipo de relede segurança é projetado para um tipo específico de risco, o erro mais comum nas empresas é usar o modelo errado o que anula a função de segurança, mesmo que comprar o rele de segurança correto, podemos ligar ele errado anulando o nível de segurança desejado.

Quando o relé de segurança é obrigatório

O uso do relé de segurança é obrigatório sempre que a máquina:

• Possuir riscos de aprisionamento, esmagamento ou corte;
• Tiver partes móveis acessíveis;
• Operar com cortinas de luz, proteções móveis ou sensores;
• Exigir parada imediata em situação de risco;
• Utilizar comandos elétricos automáticos ou CLP.

Mesmo em máquinas antigas, a adequação à NR12 exige que o circuito de emergência seja seguro e monitorado, então concluímos que isso só é possível com um relé de segurança.

Categoria de segurança e PL (Performance Level)

A ISO 13849-1 define cinco categorias de segurança.
O relé de segurança ajuda a atingir o nível adequado de redundância e confiabilidade (PL).

Perguntas frequentes sobre relé de segurança

O relé de segurança é obrigatório em todas as máquinas?
Não, apenas naquelas que exigem circuitos de segurança monitorados, conforme o grau de risco avaliado na análise de risco NR12.

Posso substituir o relé de segurança por um CLP comum?
Não, somente um CLP de segurança (Safety PLC) pode exercer essa função, pois possui arquitetura redundante e certificação apropriada.

O relé de segurança precisa de teste?
Sim, a NR12 exige ensaios periódicos para verificar a integridade dos circuitos de segurança e funcionamento do relé, embora a função dele é sempre danificar aberto, evitando o risco de acidente.

Erros comuns nas empresas

• Instalar botão de emergência sem relé de segurança.
• Ligar sensores de porta diretamente ao contato do motor.
• Usar relé comum em circuito de parada de emergência.
• Não testar o relé periodicamente.

Esses erros são frequentes em empresas que acreditam estar “adequadas à NR12”, mas na prática continuam vulneráveis.

Onde chegamos ate agora

O relé de segurança é um dos componentes mais importantes de todo o sistema elétrico industrial, embora não seja o único, ele é o que garante que, mesmo diante de uma falha, a máquina entre em estado seguro automaticamente, então sem relé de segurança, não há conformidade com a NR12, com isso sabemos que investir em relé de segurança não é custo, é prevenção, é o que separa uma máquina segura de um acidente anunciado, com isso finalizamos sabendo a importância do relé de segurança